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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Resenha - A Morte da Luz de George R. R. Martin



Lindezas, já estou devendo esta resenha faz um tempinho, mas tenho milhões de anotações sobre ela, então demandei um pouco mais de tempo (e coragem) para escrevê-la. De qualquer forma, aqui está :D


Características
Nome: A Morte da Luz
Nome Original: Dying of the Light
Autor: George R. R. Martin
Editora: LeYa
Páginas: 334
Estilo: Ficção Científica


Sinopse
"Na ficção científica, Worlorn, um planeta em curso errante, que prosperou e construiu suas 14 cidades quando atravessava o caminho de uma grande estrela vermelha, hoje se afasta em direção à escuridão do universo. Cada uma das cidades foi erguida para celebrar as culturas de 14 sistemas planetários diferentes, e essas culturas, representadas pelos vários personagens da trama, entram em choque à medida em que Worlorn ruma para sua morte iminente." Fonte: Omelete.


Resenha

       Minha Sinopse: Worlorn é um planeta errante, ou seja, caminha pelo espaço e não segue uma órbita em volta de um sol, por exemplo. E quando passava perto de um sol, houve vida e 14 cidades foram desenvolvidas, porém, agora está se destanciando, e a luz indo embora, e é neste cenário que encontraremos Dirk envolto num triângulo amoroso e cercado de perigos de uma cultura totalmente desconhecida e mortal. 


       Pontos Positivos: Nossa, até fiquei orgulhoso desta sinopse agora. Bom, é um pouco difícil indicar este livro para alguém, e também separar seus pontos fortes e fracos, mas antes de tudo devo alertá-lo de que este é um livro com um enredo fraco, mas que destaca-se por outros pontos maravilhosos, de forma que se você lê um livro por seu enredo/história este não será do seu agrado. Agora se está sempre atento à forma de escrita, indiretas sutis e se magnifica ao ver um trabalho grandioso e bem pensado: vá em frente com a leitura.
       Começando pela escrita, até mesmo pelo prólogo já é de se perceber que teremos uma escrita magnífica e diferente das com que estamos acostumados. Ela é até certo ponto poética em suas descrições com comparações fantásticas que nos dão a plena visualização de um cenário fictício. Fiquei temoroso por ser o primeiro livro do Martin, talvez, esperando uma escrita mesmo que um pouco amadora, mas felizmente eu estava completamente enganado. Acredito que nunca estive mais enganado. 
       Se algum autor contemporâneo deve se tornar um clássico, este deve ser George R. R. Martin.
       Outro ponto interessante em sua escrita/descrição é que ele consegue escrever tão bem dois cenários totalmente destintos e até certo ponto impossíveis de coexistir. Lá estão eles: cenários medievais de uma cultura antiga contracenando com um cenário futurístico de pistolas a laser e carros voadores.
       Ah, e o melhor. As descrições param no momento certo para não cansar e no exato momento em que conseguem nos dar uma noção do cenário também.
       
       Agora indo ao universo deste livro, nele temos vários planetas e várias culturas, e talvez este é o ponto que mais me encantou durante toda a narrativa: Ele cria várias culturas, maneiras de viver, regras de classe, histórias; ou seja, ele cria várias civilizações. Fiquei maravilhado quanto a história de Kavalaan começaram a ser contadas, pois ele realmente cria uma história para séculos de um planeta, onde  tudo é lógico e tudo explica sobre como o planeta possui seus costumes e cultura atuais. E ao mesmo tempo notamos também o ponto em que tudo se encontra com o tempo em que nós vivemos, indo até mesmo à época do nascimento de Jesus. 
       Mesmo se passando a milhões de anos de agora, estas referências citadas são explicadas para criar o contexto de como a civilização chegou àquele ponto, por exemplo, uma das naves a percorrer o universo e tudo mais se chamava Mao Tse Tung. E é delicioso pensar no pode haver por trás deste detalhe: Será que ele não quis dizer que a China ultrapassaria os EUA e Rússia na exploração espacial? Este, um cenário que vemos possibilidade somente agora após 2010.


       Não indico este livro aos que se apegam fortemente à religião, pois haverão referência sutis e algumas claras da não crença em Deus, por exemplo: 
       "Assim os peixes e pães foram multiplicados. Não por um falso profeta, mas pelos cientistas deste lugar " Referindo-se à multiplicação de alimentos por DNA.
       Os que tem um olhar um pouco mais atento poderão ver também que Martin defende a Teoria da Evolução constantemente, e em certo ponto, tenho admiração na forma com que ele faz isso pois ele com uma história fictícia, descrevendo coisas inimagináveis e modos de vidas igualmente fictícios explica a evolução de Darwin muitíssimo bem, até mesmo melhor que os livros escolares. 


       Indo agora aos personagens, também são incrivelmente bem construídos. Tinha a sensação de que cada um foi criado e escrito por uma pessoa diferente, pois tinham distintas maneiras de pensar e de agir, cada um de acordo com sua cultura, alguns levando muito em conta sua dignidade, outros interesses materiais, outros a sobrevivência e ainda outros apenas o amor. E o bom disso é que nos trás surpresas e reviravoltas totalmente inesperadas.


       Pontos Fracos: Como já disse, esse livro está longe de ser perfeito. A história principal que move a trama é muito pequena. As partes românticas que eu temia não foram o problema, mas sim, a pequenês de tudo. Simplesmente conta a história de Dirk que atendeu a um chamado de um antigo amor para ir a um planeta estranho e lá se confronta com culturas extremamente diferentes da sua. Há sim tensão durante as páginas, mas não espere nada nem mesmo próximo de As Crônicas de Gelo e Fogo, ficou milhões de anos luz aquém desta. Os capítulos como de costume são longos, e a leitura não flui muito bem, mas isso é aceitável considerando-se a escrita maravilhosa. O enredo também é bem lento, talvez plenamente justificável ao se considerar que ele teve que descrever um planeta novo, contar a história de milhares de anos de uma civilização tal qual sua cultura. Mas ainda sim, quando tudo já foi contado, a história continua lenta. Com apenas alguns picos de tensão que se estabilizam. 
       Por último, decepcionei-me um pouquinho somente com a falta de previsão de tecnologia dele, por exemplo, naquele tempo eles ainda utilizavam um mapa de papel, enquanto eu esperaria pelo menos hologramas ou telas expansíveis.


       O final não é surpreendente e maravilhoso como os de As Crônicas de Gelo e Fogo, e sim, muito ruim. Muitas coisas ficam em aberto e nota-se claramente a intenção de não acabar a história por parte do autor. Realmente achei ruim. Acaba inesperadamente. Porém, até que com uma forma poética e bonita (mas só).


       Conclusão: Reafirmo, se espera um enredo bom irá se decepcionar, agora se gostaria de se deparar com uma perfeição na criação de planetas e suas histórias e culturas como nunca vista antes, prepare-se para amar este livro. Mais do que nunca, comente por favor, gosto muito da opinião de vocês. Espero que tenham gostado, e um beijo a todos :*



Classificação
Capa:  de 5
Diagramação:  de 3 
Enredo:  de 5
Desfecho:  de 5